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Convento do Carmo

Designação: Convento de Santana da Ordem do Carmo e Quinta.

Protecção: Imóvel de Interesse Público, Dec. n.° 5/02, DR 42 e 19 Fevereiro de 2002. Integra os valores seriados como Património Mundial/Paisagem Cultural.

Enquadramento: Rural, destacado, isolado, em posição dominante em plataforma virada a Norte, sobranceiro à Vila de Colares.

Utilização Inicial: Cultural. Devocional.

Utilização Actual: Residencial.

Época de Construção: Século XV/XVII.

Acesso: Interdito.

Cronologia: Cerca de 1450 – Fundação do convento por frei Constantino Pereira (sobrinho do contestável D. Nuno Álvares Pereira). 1465 – Falecimento de frei Constantino Pereira, fundador do Convento. 1528 – Sagração da igreja conventual pelo bispo D. Frei Cristóvão Moniz. 1612 – O bispo de Viseu, D. Dinis de Melo e Castro, obtém o padroado da capela-mor da igreja conventual, revestimento azulejar da capela de São Pedro. 1614 – António Rodrigues Rocha e sua mulher, Leonor Coelho, constituem-se padroeiros da capela de Santa Ana (transepto, lado do evangelho). Séc. XVII, primeira metade – Campanha de quase total reedificação do Convento (datando desta intervenção a capela-mor e os claustros), promovida pelo bispo D. Dinis de Melo e Castro. 1640 – Falecimento de D. Dinis de Melo e Castro que é sepultado na igreja conventual. 1834 – Na sequência do decreto liberal que determina a expulsão das ordens religiosas, a propriedade é adquirida e transformada em habitação. Séc. XIX – Alexandre Herculano hospedou-se na propriedade. 1963 -Propriedade era pertença do quarto conde de Antas, Carlos Augusto de Melo e Cas-tro da Silva Pereira (nascido em 1905).

Descrição: De planta sensivelmente rectangular (vasada por dois quadrados), o edifício apresenta volumetria escalonada sendo as coberturas efectuadas por telhados diferenciados a três, duas e uma águas, correspondendo a massa principal às antigas dependências conventuais, organizadas em torno das primitivas quadras em alas de planta rectangular e telhados articulados nos ângulos. Destaca-se, pela sua implantação deslocada para oeste, a igreja, de planta rectangular reconhecendo-se uma só nave e capela-mor, tendo como resultante uma volumetria de paralelepípedo. Adossados ao lado Sul da igreja reconhecem-se os volumes de capela de Santa Luzia (de planta rectangular) e a torre sineira (de secção quadrara, com cobertura piramidal e fogaréus nos acrotérios). A partir do ângulo SE da torre surge a massa arquitectónica das antigas dependências conventuais, cuja fachada se apresenta organizada em dois níveis (com um terceiro piso parcialmente em cave abrindo ara o pátio em cota inferior) animados pelo rasgamento de janelas rectangulares de emolduramento simples. A fachada principal (0) da igreja, à qual se acede por adro, é lateralmente delimitada por cunhais de cantaria e é animada pelo rasgamento, a eixo, de porta (com verga encurvada), janelão (flanqueado por duas janelas) e nicho com emolduramento recortado, terminando–se por cruz pétrea, sobre o vértice da empena. No interior, de nave única decorada com lambris de azulejo, destaca-se o retábulo da capela-mor, de mármore, de feição neoclássica. Os dois claustros são constituídos por arcarias suportadas por colunas toscanas e galerias cobertas por abóbadas de aresta, possuindo o menor (a N) três arcos por face e o maior (a 5) seis arcos. Para este claustro, cujas paredes em dois andares se apresentam reforçadas por contrafortes, abre a pequena capela com a invocação de São Pedro, revestida azulejos do tipo ponta diamante e ostentando um retábulo setecentista de talha dourada e pintada vasado por nichos destinados a receber relicários. Nos jardins pode observar-se um tanque setecentista dotado de espaldar recortado com ornamentação em estuque de feição rocaille.

Tipologia: Arquitectura Religiosa maneirista e barroca. Convento.

Fonte: CD Património Metropolitano — Área Metropolitana de Lisboa — Fevereiro 2003