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Lenda de Milides

Segundo o livro “Cintra Pinturesca” do Visconde de Juromenha, editado em 1838 e reimpresso pela Câmara Municipal de Sintra, “a pouca distância do Convento dos Capuchos da Serra, fica a antiquíssima Ermida da Senhora de Milides, cuja origem data do princípio da Monarchia.

Nas ruínas de tão modesto edifício que se diz ter sido a primeira parochia da Villa, ainda se divisam os fragmentos da sua respeitável antiguidade.

O nome de Milides deriva, segundo a tradição dos povos, do seguinte facto: vinte portugueses meditavam huma empresa de guerra contra os Mouros, ou seja, a tomada desta Villa antes que qualquer facção militar atrevida; começavam com tudo a vacilar à vista de hum desproporcionado número de inimigos e o seu ânimo varonil começava a afrouxar à vista do perigo inevitável.

À moda dos tempos antigos, alentavam-se com a oração neste retiro, eis senão quando ouvem huma voz que dizia -Ide que mil ides…

Despertados e electrizados por esta voz mágica, sahem resolutos e aos gritos repetidos de Mil ides, dão sobre os Mouros e, apesar de tão desproporcionado número, os desbaratam e vêem dar graças de tão portentosa proesa à Senhora que d’ora em diante appellidam de Milides”.

Recolha e relato de António Caruna