Segundo a lenda, Nossa Senhora da Peninha, apareceu a uma pastora, surda e muda, que andava naqueles montes a guardar o seu gado.
Uma ovelha ter-se-à tresmalhado fugindo serra acima, indo a menina a correr atrás dela.
Chegada ao cimo da serra, apareceu-lhe uma linda Senhora dizendo-lhe que fosse a casa e pedisse à mãe que lhe desse pão. A menina respondeu que não havia pão ao que a Senhora afirma que sim que havia seis pâes na arca.
A menina foi alvoraçada para casa contar à mãe o que lhe sucedera, esquecida que não ouvia nem falava. Quando a mãe ouviu o chamamento daquela menina, não reconheceu ser a filha mas, passado o espanto e perante o que a filha lhe dizia, foi à procura do pão e ele, como por milagre, estava realmente na arca.
No dia seguinte, os vizinhos foram com a menina até ao local onde tinha encontrado a Senhora e ali, na cavidade de uma rocha, descobriram uma imagem da Senhora da Peninha.
Levaram-na para a capela de São Saturnino mas, a imagem, voltou para a rocha. Voltaram a colocá-la na capela de São Saturnino e a imagem regressou, de novo, ao anterior poiso.
O povo, não tendo mais dúvida, fizeram uma capela pobre, de má construção e que, por várias vezes, teve de ser reconstruída em virtude dos fortes ventos que sopram no local.
Foi Pedro da Conceição, no último quartel do século XIV, canteiro de ofício e homem iluminado que, deixando-se prender pelos encantamentos místicos do lugar, ergueu uma oratória à Virgem da Peninha, na lápide existente no pavimento da nave com a seguinte inscrição: “Aqui jaz o ermitão de Nossa Senhora da Penimha, o Irmão Pedro pede hum Padre Nosso e huma Avé Maria, pelos bemfeitores”.
Recolha e relato de António Carun